Tecnóloga em Biocombustíveis pela Fatec Jaboticabal e analista de mercado da Scot Consultoria.
De janeiro a novembro de 2023, a exportação cresceu 1,0%, quando comparada ao mesmo período de 2022, gerando um faturamento de US$310,8 bilhões.
Quando consideramos somente a exportação de commodities básicas dentre os produtos agropecuários (milho em grão, soja em grão, café e outros), até novembro, a receita foi de US$76,3 bilhões, e representou 24,5% da exportação brasileira, tendo como principal destino, a China.
Considerando os produtos agropecuários que contemplam o conceito de agroindústria (incluindo farelos, carne bovina, suína, de frango, e outros) a participação do agronegócio brasileiro na balança comercial salta para 49,0% da exportação brasileira.
Os principais produtos exportados foram a soja (17,0% do total), o petróleo (12,0%), minérios de ferro e derivados (8,6%), açúcares e melaços (4,2%) e o milho (3,7%). As carnes bovina e de aves representaram, cada uma, 2,7% da exportação brasileira, enquanto a carne suína representou 0,8%.
Este ano a exportação da commodity foi recorde. Até novembro, 98,9 milhões de toneladas foram exportadas, crescimento de 27,6% em relação ao acumulado entre janeiro e novembro de 2022.
Os principais países importadores foram: China (73,0% do faturamento), seguido por Argentina (3,9%), Espanha (2,8%), Tailândia (2,6%) e Turquia (1,8%).
A exportação de óleo e de farelo de soja foram destaque, com o Brasil ocupando parte do mercado deixado pela Argentina, cuja produção quebrou.
A exportação dos produtos da indústria sucroalcooleira, os açúcares e melaços, foi de 27,5 milhões de toneladas, incremento de 9,9% comparado ao mesmo período de 2022 (jan-nov). O principal destino desses produtos foi a China (11,0% do total), vindo em seguida, a Índia (7,1%).
Em 2023, em função de uma série de fatores (abertura do mercado chinês, guerra entre Rússia e Ucrânia e quebra da produção nos Estados Unidos e na Argentina), o Brasil foi o maior exportador do mundo.
O ritmo dos embarques esteve firme e, em agosto de 2023, a exportação foi recorde para um único mês, registrando 9,7 milhões de toneladas exportadas.
Até novembro, 49,9 milhões de toneladas foram exportadas. Entre janeiro e novembro, houve um crescimento de 15,5% em relação ao mesmo período em 2022.
Os principais países importadores foram: China (26,0%), Japão (11,0%), Vietnã (7,9%), Coreia do Sul (6,4%) e Irã (5,9%).
Neste ano a exportação de carne bovina in natura chegou em 1,8 milhão de toneladas, retração de 2,2% frente ao mesmo período de 2022.
Apesar da queda em relação a 2022 (ano recorde), 2023 será o segundo melhor ano em volume de carne bovina exportada.
O Brasil exportou 4,4 milhões de toneladas, tendo, dentro do ano, o mês com melhor desempenho, março, quando foram exportadas 477,8 mil toneladas.
A exportação está 7,1% maior que no mesmo período em 2022. Será um ano recorde.
Os principais destinos foram: China (18,0%), Japão (10,0%), Emirados Árabes Unidos (9,8%), Arábia Saudita (9,3%) e México (5,2%).
A exportação foi de 992,1 mil toneladas, um crescimento de 7,7% nos embarques em relação ao mesmo período de 2022. Foi o terceiro melhor ano em desempenho.
Os principais destinos foram China (34,0%), Filipinas (10,0%), Hong Kong (9,7%), Chile (7,2%) e Singapura (6,1%).
O Brasil é um dos maiores exportadores do mundo e deverá consolidar a posição de grande fornecedor global de alimentos. Tendo a China como principal parceiro comercial para todas as commodities citadas, nos próximos anos, a Ásia deverá continuar sendo relevante para o Brasil.
Referências
Production, Supply and Distribution (PSD) - United States Department of Agriculture (USDA). Disponível em: https://apps.fas.usda.gov/psdonline/app/index.html#/app/advQuery. Acesso em: 6 de dezembro de 2023.
Secretaria de Comércio Exterior – Secex. Disponível em: http://comexstat.mdic.gov.br/pt/geral. Acesso em: 6 de dezembro de 2023.
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